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Mitos e verdades sobre: Transição capilar

Minha jornada de redescoberta

Quando decidi iniciar minha transição capilar, eu não fazia ideia do quanto essa escolha mexeria comigo de tantas formas diferentes. No começo, tudo parecia confuso: informações demais, opiniões de todo lado, produtos prometendo milagres e, claro, os famosos “mitos” que sempre surgiam quando alguém descobria que eu estava largando a química.
Eu lembro que me sentia no meio de um mar de dúvidas, tentando entender se o que eu iria fazia sentido ou se eu estava sendo levada por ideias que não tinham nada a ver com a realidade. Com o tempo, percebi que a transição capilar é muito mais do que um processo estético — é uma jornada interna. E, nessa caminhada, aprendi a separar o que realmente era verdade e o que só servia para me deixar mais insegura.

Hoje, olhando para trás, consigo enxergar com clareza o que foi mito, o que foi verdade, e o que eu vivi intensamente entre as duas coisas. Quero compartilhar essa experiência de forma sincera, porque acredito que muitas mulheres passam pelos mesmos conflitos que eu passei. Se esse texto chegar a você no momento certo, que ele sirva como um abraço.

Quando os mitos pareciam verdades absolutas

Quando parei de alisar o cabelo, eu achava que tudo seria muito mais rápido e mais fácil do que realmente foi. Eu cresci ouvindo que “cabelo natural dá trabalho” e que “se eu voltasse aos cachos, ia me arrepender”.
Essas frases me acompanhavam como ecos antigos, e eu demorava para admitir que elas ainda mexiam comigo. A verdade é que a gente carrega crenças por anos, e na transição elas têm o poder de aparecer com força.

Mito 1: Seu cabelo vai cachear imediatamente.

No começo da transição, eu estava ansiosa. Queria acordar um dia, lavar o cabelo e ver meus cachos ali, lindos, saltando naturalmente. Mas não foi assim. Eu lembro da frustração de ver a raiz crescendo com textura e as pontas completamente lisas.
Levou um tempo até eu entender que a transição não é uma mudança instantânea, é um retorno. E retorno é sempre processo.

A mistura de duas texturas me ensinou paciência — e autocompaixão. Eu fui descobrindo quais finalizações funcionavam, e percebi que meu cabelo precisava mais do meu cuidado do que da minha pressa.

✔️ Verdade 1: A raiz cresce mais forte do que você imagina.

Algo que me surpreendeu muito foi perceber como minha raiz natural era resistente. No começo, pensei que eu estava imaginando coisas, mas depois vi que não: meu fio natural era mais encorpado, mais firme, mais cheio de identidade.

Essa etapa me fez entender que meu cabelo nunca foi fraco. O que era frágil era a parte alisada, que já não respondia como antes. Quando minha raiz começou a aparecer, senti como se estivesse reencontrando uma parte de mim que eu nem lembrava que existia.

Mito 2: Sem Big Chop, a transição não funciona.

Ah, esse mito quase me convenceu. Eu quase fiz o Big Chop não por vontade própria, mas por pressão. Todo mundo dizia que era a única maneira “correta” de voltar aos cachos.
Mas eu sabia que não estava preparada. Olhar no espelho e imaginar meu cabelo curtinho me dava medo — e entendi que essa decisão precisava ser minha, não dos outros.

Eu escolhi a transição longa. Fui convivendo com as duas texturas, aprendendo a finalizar, escondendo as pontas lisas quando precisava, arrumando truques para me sentir bem.
E deu certo. A transição funciona do jeito que faz sentido para você — seja cortando tudo de uma vez, seja aos poucos.
Essa foi uma das maiores verdades que vivi.

✔️ Verdade 2: Produtos não são milagres, mas fazem diferença.

Eu já caí na armadilha de acreditar que um único creme seria capaz de transformar tudo. Comprei produtos caríssimos acreditando que resolveriam todas as minhas inseguranças.
Hoje eu dou risada disso.

Com o tempo, descobri que o mais importante não era o valor do produto, e sim a constância do cuidado. Quando comecei a hidratar com frequência, nutrir quando necessário e selar o fio, tudo mudou.
A transição exige rotina, atenção e carinho. Produtos ajudam, mas não fazem mágica. A mágica está na soma das pequenas ações.

Mito 3: Cabelo em transição não define.

Por muito tempo, eu acreditava nisso. As minhas pontas lisas me irritavam demais porque pareciam estragar qualquer tentativa de definição.
Mas então eu descobri técnicas como dedoliss, fitagem estruturada e twist.
E, pela primeira vez, senti que meu cabelo respondia. Mesmo com duas texturas, ele queria se mostrar.

Cada pequena onda que surgia era como um sinal de que eu estava no caminho certo. Eu lembro da emoção de ver meu primeiro cacho mais definido — não era perfeito, mas era meu. E naquele momento, isso era tudo.

O dia em que eu finalmente me reconheci

Quando meu cabelo finalmente cresceu o suficiente para eu sentir o peso natural dos meus cachos, eu chorei.
Não porque era perfeito — porque não era.
Mas porque era meu.
Eu me senti inteira.
Como se eu tivesse recuperado uma parte da minha história que ficou pra trás por muito tempo.

Hoje, quando alguém me pergunta se vale a pena passar pela transição, eu sempre respondo a mesma coisa:
vale, e vale muito.
Não porque é fácil, mas porque é verdadeiro.
Porque no final, você não ganha só o seu cabelo de volta — você ganha a sua essência.

E se você está nesse caminho agora, quero que saiba: você não está sozinha.
O seu cabelo vai encontrar o próprio caminho.
E você também.

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Yanne Lima

Writer & Blogger

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